Redação | Ascom CPP
A comunidade pesqueira Arpoador, localizada no município maranhense de Tutóia, esteve prestes a ser retirada, na manhã de quinta-feira (18), do território que ocupa há pelo menos um século.
Mais de 100 famílias habitam nos 1.890 hectares da área que está sendo cobiçada pelo empreendimento de energia eólica da Vita Energias Renováveis Ltda. Em decisão liminar, a juíza da comarca de Tutóia deu reintegração de posse para a empresa. A decisão judicial alega que a empresa tem um contrato de aluguel da área por 30 anos, mas ignora, no entanto, a permanência secular da comunidade no local.
Para cumprir o mandado de reintegração de posse, houve um aparato cinematográfico, que reuniu vários policiais, tratores e até helicópteros. A comunidade corajosamente fez uma barreira humana para impedir a entrada no território e após uma articulação política com a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP) do Maranhão, a reintegração de posse foi interrompida.
Os comunitários, no entanto, ainda temem que a ação aconteça novamente a qualquer momento. “A situação está bem tensa no local. Há o temor de que a polícia volte com mais força”, explica o agente de pastoral do CPP Maranhão, José de Maria Silva que está acompanhando a comunidade no local.
No momento os comunitários estão em vigília no aguardo de mais informações e dispostos a lutarem pelo seu território. Essa não é a primeira vez que a comunidade está sendo ameaçada de ser expulsa. Já há algum tempo os moradores do local têm resistido à especulação imobiliária na região.