Depois de importantes momentos de preparação para o V Congresso Nacional, com caravanas territoriais, caravanas regionais, pré-congressos inter-regionais e um seminário nacional, a Cáritas Brasileira começou na tarde desta quarta-feira, dia 9 de novembro, a culminância dessa caminhada e das comemorações pelos 60 anos da entidade. Agentes Cáritas de diferentes partes do Brasil e do mundo, parceiros(as) e convidados(as) estão compartilhando espaços de partilha e celebração. Também darão sua parcela de contribuição para a reflexão sobre a realidade sociopolítica e econômica do país, sobre a conjuntura da Igreja e da própria Rede Cáritas, e ainda sobre a definição das novas prioridades estratégicas da instituição para os próximos 5 anos. O congresso está ocorrendo no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida (SP).
A recepção às delegações ocorreu durante uma mística que representou a aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida nas águas do rio Paraíba, em 1717. Embalados(as) pelas músicas A de Ó (Estamos Chegando), de Milton Nascimento, e Negra Mariama, os e as participantes foram acolhidos e acolhidas no V Congresso Nacional da Cáritas Brasileira (V CNCB). A imagem peregrina de Nossa Senhora entrou na plenária sem a capa e a coroa, nas mesmas condições em que foi encontrada pelos pescadores no Paraíba. Já no palco do congresso, a imagem recebeu a capa e foi coroada. Em seguida, dom João José Costa, presidente da Cáritas Brasileira, abençoou as pessoas presentes e o encontro.
A mesa de abertura do V CNCB foi composta por dom João Costa; irmã Lourdes Staudt Dill, vice-presidente da Cáritas; Michel Roy, secretário-geral da Caritas Internationalis; padre Francisco Hernández Rojas, coordenador regional do Secretariado Latino-Americano e Caribenho da Cáritas (Selacc); dom José Moreira de Melo, bispo da Diocese de Itapeva (SP);  e Antônio Marcio de Siqueira, prefeito de Aparecida. Dom João Costa falou sobre a grande missão da Cáritas de erradicar a pobreza e trabalhar na defesa dos direitos dos que mais necessitam e sofrem. Ele destacou que a Cáritas Brasileira assume o grande apelo do Papa Francisco de defender os “sem voz, porque o seu grito foi escurecido e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos”.
O presidente da Cáritas Brasileira ainda ressaltou o empenho e dedicação dos agentes leigos e leigas e dos voluntários e voluntárias da Rede Cáritas, que desenvolvem atividades diferenciadas em todo o território nacional, auxiliando as pessoas na transformação das suas vidas e trazendo esperança e perspectivas novas de futuro. Deu as boas-vindas a todos e todas e finalizou desejando que, a partir das “reflexões e partilhas [do V CNCB], possamos encontrar novos caminhos para concretizar a nossa missão enquanto Cáritas Brasileira”.
Irmã Lourdes Dill falou em nome das mulheres da Cáritas e trouxe uma mensagem de esperança, ressaltando que “esse é um tempo fértil, de graça e profético. Que as graças geradas no congresso possam se emanar para todo o Brasil”. Ela reconheceu o trabalho feito por todos(as) na organização do evento e relembrou das pessoas que já fizeram parte da Cáritas e que contribuíram com o serviço da solidariedade libertadora. Encerrou sua fala pedindo que todos(as) repetissem com ela o provérbio africano: “Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra”.
Pastoralidade transformadora
Michel Roy, secretário da Caritas Internacionais, expressou o seu contentamento em estar presente nesse momento de celebração e agradeceu à Cáritas Brasileira pela colaboração com a confederação internacional e o envolvimento com o apoio às famílias do Haiti e os refugiados(as). Ele deixou uma mensagem de otimismo: “Queremos encorajar vocês a ir adiante, na linha da integração da pastoralidade transformadora”.
A relação de comunhão entre as Cáritas que integram a América Latina e o Caribe foi um aspecto apontado pelo padre Francisco Hernández Rojas, coordenador regional do Selacc, durante o seu pronunciamento. Ele destacou a capacidade da Cáritas Brasileira “de sentir a dor do outro e de se apoiar reciprocamente para acompanhar os empobrecidos do seu país e de outros”. Concluiu convocando a todos e todas para continuar seguindo junto com os empobrecidos na construção de um mundo mais fraterno e solidário.
Dom José Moreira de Melo, que representou o regional São Paulo da Confederação Nacional dos Bipos do Brasil (CNBB) na solenidade, agradeceu a oportunidade de se fazer presente no evento. Ele descreveu a misericórdia como o ato de ajudar a quem precisa e convidou o público a ter uma postura misericordiosa e a estar junto com os empobrecidos. Fez uma benção, pedindo que “sejamos missionários em tudo o que realizarmos”.
Já o prefeito de Aparecida, Antonio Marcio de Siqueira, expressou a satisfação de receber a todos e todas na cidade, caracterizada justamente pelo calor humano e pela acolhida. Elogiou também o trabalho da Cáritas e da Igreja Católica no Brasil, ao oferecer perspectivas de futuro e estender a mão aos brasileiros mais oprimidos e desfavorecidos.
O momento foi encerrado com o público de pé cantando o refrão do hino oficial dos 60 anos da Cáritas:
“Cáritas, tua força é o Senhor
Tua missão é o próprio amor
Água pra beber, terra para plantar, pão para colher
Vidas a cuidar”

 

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