camileEntre os dias 17 e 18 de julho em Porto Príncipe, Haiti, realizou-se o Colóquio Internacional pelo Fim da Ocupação militar feita pelos Estados Unidos, fortalecendo os movimentos sociais haitianos e a integração mundial em torno da solidariedade à soberania do país caribenho. O Colóquio marcou os 100 anos da ocupação estadunidense no Haiti e ao mesmo tempo chamou a atenção sobre a grande dívida histórica que França e Espanha têm para com o país caribenho.

O evento abriu com o painel sobre a ocupação estadunidense no período de 1945 a 1934, feito por Arthur Fils Amimé. O objetivo foi fazer um balanço sobre as causas e consequência desse momento para o povo haitiano. Na sequência, Camille Chalmers falou sobre a situação econômica do país e as consequências geradas pela ocupação da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti  (Minustah).

De acordo com informes do Jubileu Sul/Américas, representado no evento por Martha Flores, um dos pontos discutidos foi a ingerência da comunidade internacional nos processos eleitorais do Haiti, com o aval da Organização dos Estados Americanos (OEA) que, mesmo tendo conhecimento de denúncias sobre irregularidades e corrupção, reconhece esses processos.

“No caso das eleições em que resultou como presidente Michel Martelly, em 2011, se divulgaram uma série de irregularidades na campanha eleitoral, nas eleições em si e nos processos de verificação dos resultados. Levando em consideração que a Embaixada dos Estados Unidos se pronunciou em favor de Martelly antes que as autoridades oficiais divulgassem os resultados, que foram apresentados sem cifras oficiais”, afirma o informe do JS/A, sobre o que foi relatado no Colóquio. Ainda neste momento, organizações de Cuba, América Central, República Dominicana e Uruguai fizeram uma análise de como estão caminhando as lutas anti-imperialistas e anticolonialistas na região.

Algumas propostas para solidificar a organização e luta dos movimentos sociais haitianos foram apontadas como fortalecer os níveis de coordenação e organização nacional afim de ter maior coesão; em âmbito internacional realizar uma sessão de articulação e avaliação dos trabalhos de solidariedade feito nos últimos anos; e ter um posicionamento firme das organizações internacionais, redes e partidos sobre a Minustah.

Também foi colocado a necessidade de contar com o compromisso e presença de observadores internacionais para o processo eleitoral; além de organizar brigadas e frentes de solidariedade nos temas formativos, produtivos e de atenção psicossocial; e fazer um plano de trabalho e uma agenda de ações até dezembro de 2016 que contemple elementos concretos para colocar em prática as decisões tomadas no coletivo dos movimentos sociais em vista da solidariedade internacional, desde as necessidades dos povos, especialmente, o povo haitiano.

Para ver o informe completo clique aqui.

Para mais informações:
http://jubileusul.org.br/nota/3129
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