“Menos para nós, o suficiente para todos e todas”. Este é o lema da campanha ecumênica quaresmal deste ano de 2015 levado à frente por diversas organizações e igrejas na Suíça. A campanha tem como foco o consumo de carne e as causas disto sobre as questões e problemas ambientais decorrentes da produção e comercialização dos animais.
Na Suíça, de acordo com o material informativo da campanha, os animais precisam ser engordados com soja – provavelmente transgênica – proveniente dos países da América do Sul, como o Brasil, que adotam a monocultura, com todos os prejuízos que este modelo agrícola.
Desmatamento das florestas, utilização de produtos não recicláveis para embalagens, o monocultivo em larga escala que prejudica os pequenos agricultores, utilização de substâncias químicas e mal uso do solo são alguns dos fatores que contribuem para as mudanças climáticas.
O lema acompanha muito debates em torno do clima. Depois da Cúpula dos Povos, em dezembro e da Conferência das Partes (COP21) no Peru, Paris se prepara para receber a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, reunindo chefes de estado de várias nações, que tomarão decisões que implicarão diretamente no clima e na vida de milhares de pessoas. A Conferência também motivou o lema da campanha deste ano.
“Este é o gancho para fazer um trabalho de sensibilização sobre o consumo de carne na Suíça. A Suíça consome mais carne do que, pela superfície agrícola pode produzir. Isto significa que a Suíça tem que importar soja para alimentar o gado de corte. Neste sentido, o consumo de carne na Suíça tem uma conexão direta com as condições ambientais e sociais de produção de soja nos países do Sul, neste caso especialmente no Brasil. A campanha ecumênica visa sensibilizar o público suíço para contextos e ligações assim”, informa Tobias Buser, gerente de Programa da Fastenopfer no Brasil e Índia.
A campanha, portanto, incentiva a redução no consumo da carne tendo em vista todos os quesitos que estão relacionados a ela. São pontos principais da campanha uma petição direcionada ao Conselho Federal por uma política climática responsável; o “Chá da Partilha”, que será vendido a 5 francos suíços, cujo valor arrecadado será doado para ajudar na causa; a “Jornada das Rosas”, onde serão vendidas – neste próximo 14 de março –  160.000 rosas saídas do comércio justo, o valor arrecadado também será doado a projetos de desenvolvimento dos países do Sul; e o “Pão da Partilha”, que poderá ser comprado em várias padarias da Suíça, identificado com a logo da campanha. Para cada pão vendido, 50 cêntimos vão para os países do Sul que tenham projetos identificados com a campanha.
Com a realização da campanha, ressalta Tobias Buser, o resultado esperado é que “em geral se tenha um maior conhecimento sobre as mudanças climáticas, a justiça climática etc. e em concreto um consumo mais consciente de carne, resultando numa certa redução dos padrões de consumo individuais em direção ao consumo de carne localmente produzida que não agrida o meio ambiente e não cause injustiças sociais”.
A campanha tem à frente a Fastenopfer. Para assinar a petição:
www.sehen-und-handeln.ch/klimapetition
www.voir-et-agir.ch/petitionclimat
www.vedere-e-agire.ch/petizione

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