Por Redação | Jubileu Sul Brasil
“Foi com muito carinho que partimos da sabedoria dos povos indígenas e de comunidades de longa tradição para apresentar nosso convite: junte-se à vida, escute o clamor da Terra e dos seres vivos, mude seu modo de pensar e de viver, ajude-nos a despertar mais e mais pessoas e a convidá-las a se somar à mobilização pelo reconhecimento dos Direitos da Natureza, a Mãe Terra”, destaca um trecho da apresentação da cartilha “Vida em Harmonia”.
A publicação é resultado do trabalho coletivo da Articulação Nacional pelos Direitos da Natureza – a Mãe Terra, uma iniciativa que reúne diversas organizações da sociedade civil e instituições de defesa dos direitos.
“As práticas humanas que buscam lucro e poder por meio de um sistema econômico de crescimento sem fim, são as mesmas que sacrificam a vida da Terra e a vida das pessoas”, denuncia o grupo ao apresentar a cartilha.
A publicação está ancorada em três perguntas geradoras: O que são os Direitos da Natureza? Por que a natureza é sujeito de direitos e precisa ter seus direitos reconhecidos em lei? Como a lei pode proporcionar o retorno da vida em harmonia?
O texto traz as vozes territoriais de quilombolas, indígenas, quebradeiras de coco, pescadoras artesanais e agricultores que compartilham a sabedoria ancestral, ao mesmo tempo em que denunciam o sofrimento da Terra e dos povos.
Mitos e histórias dos povos tradicionais também estão na publicação, que conta ainda com as ilustrações sensíveis e criativas de Andréia Tolaini e Otto Mendes.
O lançamento acontecerá no dia 10 de novembro de 2021, às 19h, em uma live transmitida pelo Facebook e YouTube do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS) e Jubileu Sul Brasil (JSB).
A live contará com a presença de Marline Dassoler Buzatto (CIMI), Vanessa Hasson de Oliveira (MAPAS), da ilustradora Andréia Tolaini e do ilustrador Otto Mendes. Indígenas e quilombolas também vão compartilhar suas histórias na luta pelos direitos da natureza e sua mística ancestral.
Campanha Justiça Socioecológica
A campanha Justiça Socioecológica visa contribuir para os processos de luta e resistência aos modelos extrativistas e seus impactos sobre os corpos e territórios, para o reconhecimento da dívida ecológica numa perspectiva decolonial, anti-patriarcal e antirracista. Também busca fortalecer as vozes e narrativas de resistência, as ações, formas de luta, e propostas alternativas com ênfase nas mulheres, nas comunidades locais, tradicionais e negras.
Para o Jubileu Sul/Américas a injustiça socioecológica é reflexo das dívidas pública, social, ecológica e histórica, dos megaprojetos e da militarização, problemas que perpetuam o domínio e exploração das pessoas, dos povos e da natureza. E para avançar, a Rede defende enfrentar o sistema capitalista patriarcal, global e institucionalizado, superar o âmbito individual e caminhar rumo aos direitos coletivos dos povos, em conjunção e interdependência com os direitos da natureza.
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