Por Fundação Perseu Abramo
O IV Encontro Nacional de Agroecologia, realizado em Belo Horizonte (MG) de 31 de maio a 3 de junho, reuniu, no domingo, cerca de dez mil pessoas em caminhada conjunta com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação pelas ruas de BH até o Parque Municipal René Gianneti, onde ocorria o restante do Encontro.
Participaram da programação agricultores, educadores, pesquisadores, consumidores e movimentos e organizações populares estudantis, sindicais, de mulheres, LGBT’s e negros, bem como a população em geral. Entre as atividades, a feira de produtos agroecológicos (de várias regiões do país), além de debates, oficinas e apresentações culturais.
Com o objetivo de ampliar a discussão sobre a agroecologia e alimentação saudável e sem venenos, o evento teve como lema “Agroecologia e Democracia: unindo campo e cidade”, pensando no campo enquanto consumidor, além de produtor, e na cidade como produtora, além de consumidora.
Segundo uma das coordenadoras do evento, Lorena Anahi “…a agroecologia se pauta na construção de uma sociedade democrática, da diversidade, dos direitos, que respeita a minorias, os agricultores, as pessoas que estão no campo, nas periferias. A agroecologia também é uma ferramenta de construção democrática”.
Sob esse olhar, também foi pauta a denúncia do golpe e do atual governo, marcado pela retirada de direitos e por retrocessos como a não-rotulação de transgênicos, a liberação de agrotóxicos anteriormente proibidos, os cortes nas ações de assistência técnica da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e do Programa de Aquisição de Alimentos e do Programa Nacional de Alimentação Escolar. O Sindute, por sua vez, posicionou-se contra o golpe, contra a privatização da Petrobras e a favor da manutenção dos 10% do PIB para a educação pública, assim como a construção do Congresso do Povo e da Frente Brasil Popular.
O evento terminou apenas dois dias antes do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, data estabelecida pela ONU, em 1972, para chamar a atenção do mundo aos problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais. Uma das pautas mais debatidas atualmente é a poluição plástica.
Cerca de 75% dos 8,3 bilhões de toneladas de plástico já produzidos já viraram lixo, e apenas 20% destes resíduos já foram incinerados ou reciclados. Trata-se de material que nunca se degrada completamente e polui o solo, rios, oceanos e a atmosfera. Em consequência, também contamina a cadeia alimentar por meio de suas partículas microscópicas e possui efeitos danosos ainda não completamente conhecidos para a saúde humana.
Confira a carta final do Encontro

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