As cartilhas 5 e 6 da coleção “Mulheres por reparação das dívidas sociais” pautaram os encontros que reuniram equipes locais de sete capitais
Por Isabela Vieira – Jubileu Sul Brasil*
Os dois momentos formativos sobre os conteúdos das cartilhas contaram com a participação de articuladoras e assessoras técnicas de Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo de forma online. O encontro do dia 27 de abril começou com a mística apresentada por Alessandra Miranda, assessora técnica nacional da Ação “Mulheres por reparação das dívidas sociais”, que em seguida pediu para que cada uma apresentasse seus objetivos para o encontro.
Na sequência, Raimunda Oliveira, articuladora da Ação Mulheres em Salvador (BA), apresentou a Cartilha 5: Mulheres e Espaços de participação popular. O momento foi motivado a partir da poesia de Eduardo Galeano e sugeriu formas práticas de trabalhar com o conteúdo da cartilha como, por exemplo, incentivar as mulheres a fazerem desenhos a partir da experiência nos territórios. Além disso, Raimunda levantou os seguintes questionamentos: Onde estão as mulheres na política? Onde estão as mulheres pretas na política? Reflexão central da cartilha.
As mulheres presentes tiveram espaço para tirar dúvidas e destacar pontos importantes do material. Raimunda Oliveira falou sobre o papel das mulheres na política e como ainda não há muito espaço para mulheres pretas nessas posições. Raiz Policarpo, assessora técnica de Belo Horizonte, falou sobre o Centro Dandara e sobre a situação de vulnerabilidade enfrentada por mulheres durante a pandemia.
Rosilene Wansetto, secretária executiva da Rede Jubileu Sul Brasil compartilhou a experiência de ter se candidatado para um cargo político ainda na juventude e falou sobre a importância da formação que tem hoje. “A gente falava de política, mas não na perspectiva que falamos hoje. É fundamental que a gente faça esse debate nas comunidades”, destacou.
No encontro do dia 2 de maio, a discussão girou em torno da Cartilha 6: “Como o orçamento e a dívida pública afetam a vida das mulheres?”. Jamille Mallet, articuladora em Porto Alegre, ressaltou a didática da cartilha, pontuou temas a serem discutidos sobre a dívida pública e sugeriu formas de dinamizar os conteúdos da cartilha nos territórios. Já Elizabeth Gomes, sistematizadora do Rio de Janeiro, contou sobre como tem trabalhado a questão legislativa nos territórios para ampliar as possibilidades de inserção política.
As outras participantes também tiveram espaço de fala e destacaram pontos que mais chamaram atenção. Colocando em discussão as prioridades de gastos de quem está no poder e os desafios enfrentados nos territórios para acompanhar e interferir no orçamento público local.
Ao final do encontro foi cedido o espaço para que cada uma contasse sobre como está sendo a partilha da cartilha nos territórios. Entre as metodologias compartilhadas está a aplicação do mapa mental, que ajuda na organização de ideias e oficinas com dinâmicas que exemplificam situações e ensinamentos presentes nas cartilhas. De forma geral, todas compartilharam que estão tendo muitas trocas com as comunidades nos territórios.
As iniciativas da Ação Mulheres por reparação das dívidas sociais contam com apoio do Ministério das Relações Exteriores Alemão, que garantiu ao Instituto de Relações Exteriores (IFA) recursos para implementação do Programa de Financiamentos Zivik (Zivik Funding Program).
As ações também integram o processo de fortalecimento da Rede Jubileu Sul Brasil e das suas organizações membro, contando ainda com apoios da Cafod, DKA, e cofinanciamento da União Europeia.
O conteúdo desta publicação é de responsabilidade exclusiva da Rede Jubileu Sul Brasil. Não necessariamente representa o ponto de vista dos apoiadores, financiadores e co-financiadores.
*Com supervisão de Jucelene Rocha