Por Karla Maria | Balcão de Direitos para Imigrantes
O Balcão de Direitos Humanos da Rede Jubileu Sul Brasil ganhou um reforço expressivo no último final de semana. No sábado, 10, foram apresentados, na sede da entidade, os voluntários que irão trabalhar com a equipe interdisciplinar no atendimento itinerante aos imigrantes, reforçando o objetivo do projeto que é garantir que os imigrantes tenham acesso aos seus direitos na cidade de São Paulo.
Os voluntários exercerão as mais distintas funções e atividades no Balcão itinerante, tendo em vista que são: dois advogados, uma psicóloga, uma assistente social, dois relações internacionais, um sexólogo, uma consultora de políticas públicas, duas professoras e dois jornalistas. “A chegada de vocês, com uma riqueza de saberes, trará mais vigor e criatividade ao nosso atendimento, garantindo assim que os imigrantes que nos procurem tenham acesso e conhecimento da importância da garantia de direitos e promoção dos direitos humanos“, disse Lucimeire Araújo, coordenadora do Balcão de Direitos, na acolhida aos voluntários.
As mulheres são a grande maioria no corpo de voluntários, e Lisângela Daniele Peruzzo é uma delas. Ela nasceu em Araçatuba, cidade a quase 500 quilômetros da capital, tem 46 anos de idade e há 22 anos é professora de Língua Portuguesa e Literatura. Hoje, ela leciona na rede privada de ensino na capital paulista, mas há tempos buscava uma atividade voluntária para compartilhar conhecimento.
“Depois das eleições percebi que precisava fazer algo com urgência, porque as minorias, e os imigrantes fazem parte dela, serão as primeiros a terem seus direitos retirados por este novo governo”, explicou a professora que entende a educação como um processo capaz de devolver ou dar a liberdade aos cidadãos.
“Gostaria de usar meu conhecimento para ajudar a promover a cidadania e a autonomia das pessoas”, disse em sua apresentação aos demais voluntários e membros da equipe do Balcão, na manhã daquele sábado na sede do Instituto Jubileu, em São Paulo. Apreciadora de poesia, ela usou um trecho da “Nosso tempo”, de Carlos Drummond de Andrade, para registrar o sentimento geral dos que estavam presentes. “Esse é tempo de partido, tempo de homens partidos”.
“Devemos ser como flores que rompem o asfalto, mesmo partidos e indignados, que a gente seja capaz de ser essa flor, e que sejamos capazes de vencer as asperezas da vida”, disse a professora.