Jornada Latino-americana e Caribenha de Integração dos Povos começa dia 22 e segue até 24 de fevereiro em Foz do Iguaçu (PR), reunindo cerca de 1.500 militantes de mais de 15 países para discutir e construir propostas que contribuam para uma integração de e para povos e territórios
Por Redação Jubileu Sul/Brasil e Jubileu Sul/Américas
A Jornada Latino-americana e Caribenha de Integração dos Povos se realiza de 22 a 24 de fevereiro, em Foz do Iguaçu (PR), reunindo diferentes organizações, movimentos populares, sindicatos, partidos políticos, intelectuais e artistas da América Latina e Caribe, para discutir e construir propostas que contribuam para uma integração de e para povos e territórios. A expectativa é reunir cerca de 1.500 militantes de mais de 15 países.
Além do Jubileu Sul Brasil (JSB), também participam membros da Rede Jubileu Sul/Américas (JS/A), que integra o grupo que mobiliza a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo, e tem feito parte da construção do encontro, no fortalecimento de espaços comuns que articulam estratégias contra o modelo de dominação e exploração dos povos e territórios das regiões.
Participam representantes do Diálogo 2000 Argentina, da Campanha Itaipu 2023 Causa Nacional, do Paraguai, e organizações membro da Rede JS/A em Cuba, Peru, Trinidad e Tobago, e uma delegação de indígenas Avá-guarani do lado brasileiro e paraguaio.
Entre outras preocupações e propostas que o JS/A leva à jornada , a Rede defende a implementação de uma campanha contra o Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), no âmbito do aniversário de 80 anos de criação do FMI e do BM, além das reivindicações de reparação ao povo Avá-guarani desterrado para a construção da mega barragem de Itaipu, e ainda a não intervenção externa e reparações ao povo do Haiti.
Programação
As atividades começam às 9h da quinta-feira (22), com mística e ato de abertura, seguida da conferência “Crise sistêmica do capitalismo e as ameaças para a paz e a soberania dos povos”, com transmissão ao vivo no canal da Universidade Federal da Integração Latino-Americana – UNILA.
No dia 22, das 11h às 16h, ocorrem as mesas temáticas simultâneas, dia em que a economista Beverly Keene, do Diálogo 2000 Argentina e membro do Comitê de Coordenação do JS/A, vai participar do debate o “Avanço da extrema direita e as ameaças à democracia”.
No dia 23 (sexta-feira), às 8h30, tem a conferência “Desafios da integração latino-americana e caribenha (diálogo com partidos políticos, parlamentos, governos e movimentos)”. Às 11h, a economista e educadora popular Sandra Quintela, articuladora do Jubileu Sul Brasil, participa da mesa temática sobre “Trabalho decente como centro de um novo modelo de desenvolvimento: produção, cooperação e comércio justo para a soberania”.
A plenária final é das 16h às 18h. As 19h30 tem ato político com autoridades, transmitido ao vivo, e a jornada se encerra às 21h30, com festival cultural.
Agendas e ações prioritárias para 2024
Na ocasião, as redes JSB e JS/A e suas organizações membro também aproveitam o encontro para se reunir e organizar ações do ano de 2024 quanto às agendas de luta do Cone Sul, especialmente a continuidade no apoio aos indígenas Avá-guarani que, no Brasil e Paraguai, seguem num embate por reparação às violações que sofreram com a construção da Itaipu binacional. Outro ponto é o enfrentamento ao Acordo União Europeia-Mercosul.
“A construção de Itaipu gerou uma dívida histórica contra os povos indígenas e a natureza. Por isso, enquanto rede, queremos fortalecer esse espaço de articulação nos dois países. Diante do crescimento da extrema direita na América Latina, nesse momento sobretudo na Argentina, também queremos ouvir das companheiras do Diálogo 2000 sobre a agenda de lutas e fortalecer o embate contra esse processo de exploração do país pelo FMI”, destaca Francisco Vladimir, articulador do Jubileu Sul Brasil.
Para o articulador, a realização da Jornada é relevante para “celebrar e fortalecer essa unidade na diversidade, sobretudo olhando como fazer com que os governos progressistas da América Latina e Caribe tenham atenção direta às demandas da classe trabalhadora, do povo camponês e dos indígenas, das mulheres, das juventudes negras e das periferias”.
Segundo Vladimir, “é nossa obrigação cobrar desses governos para que cumpram com as pautas prioritárias que já sabem quais são, especialmente dos mais empobrecidos e da natureza, além de construir forças populares para combater o fascismo nesse cenário de avanço da extrema direita”, conclui.