O encontro reúne representantes de grupos produtivos de Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). A atividade conta com a parceria com a Cáritas Brasileira Regional Nordeste III.

Foto: Mila Souza/JSB

*Por Isabela Vieira

Entre os dias 16 e 17 de agosto a Ação Mulheres por reparação das dívidas sociais reúne em Salvador (BA), grupos produtivos na “Oficina princípios e práticas da Economia Popular Solidária”. O encontro, organizado em parceria com a Cáritas Brasileira Regional Nordeste III busca compartilhar conhecimentos, integrar os projetos e gerar um intercâmbio de experiências com diversas atividades e oficinas.

O evento conta com a presença de membros da coordenação da Rede Jubileu Sul Brasil (JSB), Cáritas e também representantes dos “Grupos Produtivos do Ceará”; “Cozinha Produtiva Ocupação Vito Gianotti”, do Rio de Janeiro; “Apoio a projetos socioeconômicos autogestionários”, de Salvador; grupo “Tecendo uma Vida Nova: Ateliê de Reativação de Talentos”, de Porto Alegre; grupo “Resistir e transformar a partir da organização das mulheres”, de Manaus e “Mulheres fortalecendo o território na perspectiva da segurança alimentar e economia solidária”, de Belo Horizonte. 

Em 2022, os projetos apoiados foram em Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Este ano a Ação Mulheres também apoia grupos de Manaus (AM), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP). A extensão na parceria com outros territórios é importante por criar mais oportunidades e espaço para a luta das comunidades.

Para Rosilene Wansetto, secretária executiva da Rede Jubileu Sul Brasil, a formação também colabora com a autonomia das mulheres. “É uma forma de empoderá-las, uma forma de elas conhecerem a economia popular solidária e como ela se coloca de forma contrária ao modelo capitalista”, afirma.  

Os projetos contribuem na vida das mulheres das mais variadas formas, seja no desenvolvimento de consciência política e social ou na geração de renda e melhorias da comunidade em que estão inseridas. Os trabalhos realizados pelos grupos se diversificam entre produções artesanais como confecção de panos de pratos, bonecas de pano, oficinas de costura, galinheiros comunitários e criação de peixes, produção de marmitas, apoio de empreendimentos, produção de sabão ecológico e hortas comunitárias.

Programação

Foto: Mila Souza/JSB

O encontro também envolve especialistas para tratar de assuntos como os princípios da economia popular solidária e a importância da análise da viabilidade econômica nos empreendimentos econômicos solidários, além de formas sustentáveis de gerar renda e partilha de experiências entre os grupos.  

A formação é uma oportunidade de ir além do conhecimento político, fortalecendo também a organização e articulação das mulheres, gerando a partilha entre os territórios, com os grupos produtivos e contribuindo com ideias e ações para o combate à insegurança alimentar e às dívidas sociais. 

Resultados

Sandra Quintella, membro da coordenação da Rede Jubileu Sul, enxerga o encontro como uma forma de trazer novas perspectivas para os projetos. “A partir desse processo de formação implementado pela Ação Mulheres, as mulheres estão se organizando e buscando alternativas ao desemprego e à falta absoluta de recursos”.

O fortalecimento dos grupos já tem resultados positivos, como é o caso do Sisteminha em Fortaleza, em que a produção de peixes, hortaliças e galinhas é feita pela comunidade e distribuída entre os moradores. Além disso, o apoio à estrutura dos projetos também é importante, como é o caso da comunidade Coliseu III, em Manaus, que recentemente construiu um novo espaço para encontros. 

Galpão construído para fortalecer a organização das mulheres em Manaus (AM). Antes eles não tinham um local fixo para os encontros. Foto: Patrícia Cabral/JSB

Desta forma os grupos produtivos vão se constituindo em espaços de confiança entre as mulheres para que elas possam se sentir mais seguras em fazer a luta e se organizar, como conta Tais Barroso, que celebrou a construção do galpão em Manaus. “Eu acredito que através do galpão outros benefícios irão vir pra comunidade por termos um espaço para receber os cursos, as rodas de conversa e projetos da Rede”.

As iniciativas da ação Mulheres por reparação das dívidas sociais contam com apoio do Ministério das Relações Exteriores Alemão, que garantiu ao Instituto de Relações Exteriores (IFA) recursos para implementação do Programa de Financiamentos Zivik (Zivik Funding Program).

As ações também integram o processo de fortalecimento da Rede Jubileu Sul Brasil e das suas organizações membro, contando ainda com apoios da Cafod, DKA, e cofinanciamento da União Europeia.

O conteúdo desta publicação é de responsabilidade exclusiva da Rede Jubileu Sul Brasil. Não necessariamente representa o ponto de vista dos apoiadores, financiadores e co-financiadores.

*Supervisão de Jucelene Rocha

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