Por Roberto Malvezzi (Gogó)
A reforma da Previdência propõe nada mais que uma contribuição de 50 anos para que a pessoa possa se aposentar. Então, quem começar a pagar com 20 anos, poderá se aposentar aos 70. Um pouco mais de atraso e passa para 75 ou 80 anos. Claro, as pessoas vão pagar para morrer. A aposentadoria será a do túmulo.
A população mais pobre poderá contar ainda com uma jornada de trabalho de 12 horas, conforme também a proposta da reforma trabalhista do governo de plantão, vergonhosamente recuada pelo espanto social que causou.
O sistema previdenciário brasileiro é única solidariedade social organizada que temos. Dele dependem dezenas de milhões de brasileiros diretamente. Portanto, seu desmonte é tornar o país um lugar quase de que de caos social.
Então, daqui alguns anos, uma legião de Walking Dead estará na Avenida Paulista, em frente ao prédio da FIESP, pedindo emprego ao Paulo Skaf. Lá estará o pessoal com Alzheimer, outros com Parkinson, outros com câncer de próstata, outras com câncer de útero ou de mama, escorados em bengalas, em cadeira de rodas, esmolando a caridade da classe média e dos capitalistas.
Enfim, triunfarão os ideais do golpe de 2016. Nossa mão de obra que já foi de escravos indígenas, depois de escravos negros, depois de assalariados da miséria, será um exército de desvalidos.