Não é novidade a volta das chamadas Missões do FMI.
Vocês acham que o bloco EUA-Europa iria “dar mole” para a possibilidade de deslocamento do poder do Ocidente para o bloco BRICs mais continente africano, o qual se aproxima cada vez mais de América Latina tendo à frente o Brasil? Haja vista o recente acordo Brasil-China, com investimentos para mais de U$ 53 bilhões, se estendendo até 2021 e, quase todos em áreas estratégicas , com mineração na linha de frente.
O fato é que nunca deixamos de estar sendo vigiados pelo FMI
Versão moderna do sanguinário Átila que – quando entrava nas cidades, ordenava a destruição de casas e construções e exigia a execução de várias pessoas, para demonstrar poder e despertar o medo – o FMI exige a execução de políticas que subordinam ad infinitum os países, também para demonstrar poder e incutir o medo das consequências.
A novidade é um bloco em crise, EUA – Europa, com suas fraturas expostas, em especial o decantado sonho americano e o estado do bem estar, ver-se ameaçado – diante de um país em crise sistêmica – de perder a hegemonia conquistada. Então todo cuidado é pouco. Sobretudo para
América Latina e, em especial o Brasil, pela grandiosidade do território e abundância de bens naturais artificialmente protegidos pela legislação em vigor, que se flexibiliza cada vez mais sucumbindo aos ditames das grandes corporações.
Brasil que vive um retrocesso social, político, ambiental, com uma dívida estratosférica, fruto da ausência de um projeto de desenvolvimento com um recorte de superação da pobreza, prometido por Lula e Dilma há 12 anos, que preferiu o patrimonialismo como a única forma de manter-se no poder.
A essência do Ajuste e sua justificativa para sair do “buraco” é anunciada do modo mais descarado: com aquele sorriso de hiena, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, diz que é assim que o país vai atrair investidores estrangeiros e, ao mesmo tempo, afastar a possibilidade de rebaixamento de Nota das Agências de risco.
Ninguém se importa com a “Nota” que a população pobre e vulnerabilizada, a maioria – que vem comendo as migalhas que caem mas nunca senta à mesa farta, principalmente se for negra – poderia dar ao país, se seus governantes realizassem investimentos voltados para o bem-estar e a felicidade.
É provável que o Ajuste não recaia sobre o Bolsa Família porque este é resultado (desde 2004) em grande parte, de empréstimos do Banco Mundial e Banco Interamericano, o mais recente 2011- 2015, os quais têm o prazer cínico de manter a população pobre refém de sua política de contenção a atitudes libertárias.
Magnólia Said, ESPLAR e Rede Jubileu Sul Brasil