Por Pe. Alfredo J. Gonçalves
Caminha o forasteiro…
Com os olhos fixos no horizonte;
Mas não deixa de ajustar os passos
Às adversidades de cada momento.
Caminha o forasteiro…
Com o cérebro povoado de sonhos;
Mas não deixa de prestar atenção
Ao que calçar, ao que vestir e ao que comer.
Caminha o forasteiro…
Visitando o tesouro do passado;
Mas seus pés não deixam de identificar
As curvas, subidas e descidas da estrada.
Caminha o forasteiro…
Com a alma ferida pela saudade;
Mas não deixa de avançar palmo a palmo
Mesmo que o fardo se torne mais pesado.
Caminha o forasteiro,
Cruzando com punhados de errantes;
Mas não deixa de acreditar
Que sob o sol há um lugar para ele.
Caminha o forasteiro…
Chamando em socorro seus anjos;
Mas não deixa de dar-se conta
Que também os demônios lhe estão vizinhos.
Caminha o forasteiro…
Com a memória repleta de nomes e rostos;
Mas não deixa de relacionar-se
Com os nome e rostos que por ele cruzam.
Caminha o forasteiro…
Com chagas nos pés, nada nas mãos;
Mas não deixa de lutar por trabalho, casa e pão
Nesta breve passagem pela pátria terrestre.
Caminha o forasteiro…
Rompendo muros e abrindo pontes;
Mas não deixa de preparar-se
Para a porta que o leva à pátria definitiva.